quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Amados e amadas do Senhor Jesus,

Graça e paz sejam sobre suas vidas!

Para conhecermos a identidade batista de forma equilibrada e com embasamento histórico, é mister que analisemos algumas das muitas correntes de pensamento acerca da origem do movimento.
Obviamente, os batistas já existiam bem antes de nós. Nós, que aqui estamos, não fundamos o movimento. Os batistas também já existiam antes da Convenção Batista Brasileira, a primeira convenção de batistas do Brasil. Também existiam antes da criação de nossa Convenção, a CIBI (Convenção das Igrejas Batistas Independentes), um movimento de origem sueca. De igual forma, os batistas já existiam antes mesmo de se criar a primeira convenção de batistas!
Então, de onde surgiram os batistas? Qual a sua origem histórica?

ESTUDANDO UM POUCO DA HISTÓRIA

Existem duas correntes de pensamento bem divergentes a respeito da história da origem dos batistas:
1) os que defendem um vínculo histórico com João, o Batista; e
2) os batistas históricos.
Na postagem de hoje, analisaremos estas duas linhas de pensamento.

1) A VISÃO DO VÍNCULO COM O BATISTA

A visão do vínculo com o João, o Batista afirma que é possível observar a existência dos batistas ao longo da História do Cristianismo, desde os dias de João, o Batista, até nossos dias.
A descrição a seguir, é uma exposição desta posição. Desejamos salientar que esta visão é um tanto quanto “poética”, “utópica”, pois é comum se fazer algumas afirmativas que não podem ser historicamente comprovadas.
Segundo esta visão, a história dos batistas coincide com o final da história anabatista do século XVI. Na verdade seria uma clara continuação das Igrejas fiéis desde os tempos apostólicos até hoje.
Ainda defendem a idéia de que os batistas se originaram com os apóstolos. E de certa forma, os apóstolos foram batistas, ou seja, batizavam. Mas os batistas têm sua origem nas Igrejas antes denominadas de "anabatistas". É uma continuação do apelido. A única coisa que mudou foi prefixo "ana", e este não caiu de uma hora para outra, foi um processo que levou quase cem anos para acontecer. A prova disso é a declaração do bispo Hosius, no Concílio de Trento que chamou os anabatistas de "batistas", já em 1554. E nos Estados Unidos, a Igreja Anabatista de Newport foi fundada em 1639, e dez anos depois mudaria seu nome para Igreja Batista de Newport. Portanto, são 85 anos de transição de um nome para o outro.
O fundador da Igreja Batista foi Jesus Cristo. Continuada pelos apóstolos ela teve uma grande ruptura em 225, quando as Igrejas infiéis precisaram ser excluídas - que eram os católicos romanos e ortodoxos. Outra ruptura veio em 313, quando muitas Igrejas fiéis aceitaram se unir com o Estado, após a conversão de Constantino. Foram os batistas massacrados pelas Igrejas infiéis durante treze séculos, tendo como apelido mais comum o epíteto de "anabatistas". No século XVII ela tem novo apelido, que é o de batista. Continuou sendo perseguida e só teve paz no século XVIII. Foi a partir dessa época que ela realmente conseguiu uma certa liberdade e cresceu, chegando hoje a milhões de adeptos espalhados em mais de duzentos países.

2) A VISÃO HISTÓRICA

Quando tratamos de estudar de forma séria a nossa história, precisamos manter em mente os pontos principais balizadores dos batistas. Eles serão nossa linha por onde andar. E mostrarão alguma coisa de nossa identidade. Pelo que podemos examinar de nossa história, são oito os pontos principais, dentre vários.
São eles: a autoridade da Escrituras, a liberdade de opinião, o batismo consciente de crentes, a segurança eterna dos salvos, batismo e ceia como Ordenanças e não sacramentos, o sacerdócio universal de todos os crentes, a autonomia da Igreja local com governo congregacional, a separação entre Igreja e Estado.
Alguém achará que estes pontos são genéricos. Podemos responder que o ensino de Jesus e a Bíblia são genéricos, a ponto de permitir que grupos como Testemunhas de Jeová e Mórmons se digam cristãos. Nós é que particularizamos e criamos minúcias. Mas estes pontos são nossas características maiores e deles derivam algumas posturas doutrinárias. A observância ou não destes pontos é responsável por erros que aparecem com roupagem diferente em nosso tempo. Eles se ampliam em outros aspectos. E é justamente isto que consideraremos na próxima postagem. Até lá, se Deus quiser!

Um comentário:

Moacir Andrade disse...

Te achei amado, fico feliz de ver sua foto. Também fico feliz de ver que você está afiado como sempre em suas elocuções. Quantos anos hein, e estamos na batalha! "Depois da batalha me coroará... Deus me coroará... na celestial mansão..." Querido irmão te amo muito, um abraço: Pr. Moacir S. Andrade Filho